sexta-feira, 29 de junho de 2012

Na luz indecisa que...

S. M.Pompi
Na luz indecisa que deixa adivinhar
a manhã, a névoa que impregna o ar
desfaz-se quando os dedos de fogo do sol
a limpam, restituindo ao dia
a sua transparência. Mas a mulher que
ocupa o centro da paisagem não
se apercebe da mudança. O seu corpo
pertence à terra, e entrega-se
ao ritmo subterrâneo das raízes, ouvindo
o canto que regula a passagem
das estações. Um desejo de sombra apodera-se
da sua alma; e conta o tempo que falta
para a noite, para se entregar ao silêncio
do mundo, no lento eclipse
dos sentimentos.

 (Nuno Júdice)


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>Nuno Júdice nasceu em 1949 (Algarve). Licenciado em Filologia Românica, na Faculdade de letras de Lisboa. É professor da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em 1989, com uma tese sobre Literatura Medieval. Passou alguns períodos no estrangeiro: em Berna, na Suiça, na década de 80, e em Paris, onde termina em 2003 uma estadia de seis anos como Conselheiro Cultural e Director do Instituto Camões.

4 comentários:

  1. adorei o seu blog (: * sigo


    http://tryinghard-to-forgetyou.blogspot.pt/ segues o meu :$ ?

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  2. Boa tarde Agostinho Barros.
    Muito obrigada pela visita e acompanhamento.
    Certamente, irei "LÁ" logo que possa!
    Saudação amiga.

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  3. Gosto da poesia do Nuno Júdice.
    Escolheste um magnífico poema (ele tem muitos...).
    Betinha, minha muito querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  4. Olá,meu bom amigo Nilson.
    Muito obrigada pela tua opinião,é sempre um prazer,receber-te no meu cantinho!
    HOJE SIM...é que te posso retribuir:
    Um bom fim de semana.:-))
    Beijinho.

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