sábado, 22 de agosto de 2015

O MEU AVô....


Fernando Correia
18/8 ·
TESTEMUNHO DE UM BISNETO.

DA .

Embora oriundo do Porto, o mestre fotógrafo Eduardo Correia foi um verdadeiro senense de alma e coração. Á nossa Terra, ao conselho e á Serra da Estrela, ele consagrou uma vida de arte e Amor. Mas, que se pode dizer mais além do muito que se escreveu sobre a obra fotográfica desse grande artista que foi Eduardo Correia?
O excelente suplemento da "Voz da Serra “de 29.6.91 todo ele dedicado a duas figuras ilustres da nossa Terra--Eduardo Correia e Luís ferreira Matias--descrevia de modo brilhante a obra e a personalidade do Mestre Fotógrafo, que com a magia da sua câmara de imagens, nesse tempo a preto e branco, divulgou as belezas dos herminios,por esse mundo além.
Desde os longínquos anos vinte que Mestre Eduardo Correia, coleccionou prémios e distinções no País e no estrangeiro.
Quis o destino que a revolução republicana do 5 de Outubro de 1910 fizesse cruzar, Eduardo Correia, nas suas deambulações fotográficas, em Vilar Formoso, com o senense, Artur Costa, irmão do nosso conterrâneo Afonso Costa.
O irmão do caudilho republicano rapidamente convenceu Eduardo Correia a ir para Seia captar imagens dos comícios anti-monárquicos.
O Mestre Fotógrafo, ao deparar com a extraordinária beleza das paisagens Serranas ficou fascinado, e prendeu-se para sempre com os encantos e magia das montanhas gigantescas e dos profundos vales.
Como ninguém mais soube captar com a sua câmara mágica a cor e a luz, a sombra e a vida que emana das alturas serranas. A fotografia do "Pastor Serrano" correu mundo e cobriu-se de fama e glória.
A sua permanente ânsia da perfeição, sem limites de tempo e paciência, resultavam obras-primas nas paisagens dantescas da nossa Serra.
Os Senenses do seu tempo, felizmente ainda alguns, recordam decerto, com emoção e saudade o verdadeiro espectáculo que o Mestre Eduardo Correia, proporcionava ao fotografar os noivos e os convidados...
Por trás do fole da sua velha câmara de tripé (Foto Grande) focava, mirava e ajeitava, mandava levantar as cabeças e abrir sorrisos, ia e vinha a colocar o pessoal na ordem, recomeçava...e exasperava os menos pacientes, até ao clique final do flamejar do magnésio, que assustava os mais pequenos mas exercia efeito impressionante nos menos afoitos...
Olha o passarinho! Olha o passarinho! Toca a sorrir senão levam nas orelhas! E depressa, ou fecho a máquina e acabou-se a festa...
Criançada em vésperas de exames de passagem e serranos em busca de outros mundos da emigração, ou mancebos a ir ´"as sortes" e doutores já de canudo, faziam procissão pela íngreme calçada que levava ao atelier do Mestre Eduardo Correia e que hoje, com toda a justiça, ostenta o seu nome.
Também neste caso em boa verdade se pode dizer que o santuário da fotografia de Eduardo Correia, foi em Seia, uma verdadeira instituição. Mestre Eduardo amava a sua família. Chamou do Porto, os irmãos, também eles consagrados á arte da imagem.
Vieram os filhos, o Gelmirêz-o famoso Mirêz hábil futebolista do Seia Futebol Clube o Raúl, o Eduardo e finalmente o Serafim que com o apoio de sua esposa, Rosinha, empunhou o testemunho e mantém para honra da arte da nossa Terra o prestígio e a qualidade herdados do Mestre Eduardo.
Na galeria dos grandes homens de SEIA O Mestre Eduardo Correia têm o seu merecido lugar.
(Texto extraído do livro "HISTÒRIAS DE SENASERRA" de Hermano M.Santos)



sábado, 8 de agosto de 2015

LINDA!!!


Emoticon heart Emoticon heart Emoticon heart linda Emoticon heart Emoticon heart Emoticon heart

A força a encontre em ti, ninguém te a
Pode dar.
A força de deixar ir, força
De esquecer, a força de viver, de
Continuar a lutar, a força de
Sorrir mesmo quando estamos
De fazê-lo, mesmo quando alguém vai querer leva com ela.
Ganha a uma batalha mas não sobre os outros,
Em si mesmo; a batalha da tua vida.
Encontre o sol dentro de ti, para que
Possa brilhar cada vez que a
Chuva vai querer molhar o seu sorriso
E insultar a tua alma.

M. Ghesini
(JEAN DO)

domingo, 2 de agosto de 2015

POrTUGAL


Portugal

Avivo no teu rosto o rosto que me deste, 
E torno mais real o rosto que te dou. 
Mostro aos olhos que não te desfigura 
Quem te desfigurou. 
Criatura da tua criatura, 
Serás sempre o que sou. 

E eu sou a liberdade dum perfil 
Desenhado no mar. 
Ondulo e permaneço. 
Cavo, remo, imagino, 
E descubro na bruma o meu destino 
Que de antemão conheço: 

Teimoso aventureiro da ilusão, 
Surdo às razões do tempo e da fortuna, 
Achar sem nunca achar o que procuro, 
Exilado 
Na gávea do futuro, 
Mais alta ainda do que no passado. 

Miguel Torga, in 'Diário X'