Teu peito nem sequer desafogava.
Fui eu que te apontei um mundo largo
De novas sensações; teu peito ansiava
Ouvindo-me contar entre caricias,
Do livre e ardente amor tantas delicias!
Não te mentia, não. Sentiste-o, filha,
Esse amor infinito e imaculado,
Estrela maga que incessante brilha
Da alma pura ao casto amor sagrado;
Afecto nobre que jamais partilha
O coracão de vícios ulcerado.
Não sentes, nem recordas, já sequer?
Quem deste amor te despenhou, mulher ?
Eu não! Se muitos crimes me desluzem,
Se pôde transviar-me o seu encanto,
Ao menos uma só não me recusem,
Uma virtude só: amar-te tanto!
Embora injúrias contra mim se cruzem,
Cuspindo insultos neste amor tão santo,
Diz tu quem fui, quem sou, e se é verdade
O opróbrio aviltador da sociedade.
Camilo Castelo Branco, in 'Poema dedicado a Ana Plácido (1857)'
Grande Camilo.
ResponderEliminarNão me lembro de ter lido este poema, mas gostei de o encontrar.
Betinha, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarObrigada Nilson
ResponderEliminarTenho obras Camilo,Eça,Fernando Pessoa V.Hugo etc...
Ele era um poeta/escritor romântico e trágico,como foi no Amor de Perdição.
Bom f de semana meu amigo
beijo
Tenho andado ausente infelizmente
ResponderEliminarmais de alguma forma lutando.
Eu sei , que no mundo teremos grandes aflições
com fé e muita garra vou seguindo com grande luta
minha viagem.
Deus abençoe seu Domingo
e da sua família.
Beijos no coração , Evanir.
Obgda Evanir
ResponderEliminarFiquei de aí passar e passei,mas é tanta confusão k nao me ententi.
Passarei mais tarde
bjinhos amiga