quarta-feira, 27 de março de 2013

UMA LÁGRIMA SE SOLTA....



Uma lágrima se solta num gemido de  violinos


Dormes. Por dentro da luz ténue de silêncios

finos, silenciados na concha tumular que cobre

todas as pedras desalinhadas da calçada.


Hoje caminho na Avenida. Piso a passos precisos
os trilhos por onde tantas vezes viajaste
sózinho dentro de mim. E sozinha em ti,
perdida num labirinto e nebulosa esmaecida
teima em perpetuar-se à minha frente.
Persistente, a lágrima cristalizada se solta,
rola extemporânea. Avança, morde e beija a boca.
Tem o sabor salgado da Saudade e, contudo,
liberta, traz-me de regresso à realidade.

Refulgentes, os raios iluminados da manhã,
traçam nos paralelepípedos novos desenhos
constelados. Das ruas pardacentas,
aos poucos, a espasmos, a Primavera brota.
Estrangula o vazio e a melancolia nostálgica.
Emerge em sons de violinos. Eternas sintonias Genésicas.
Na igreja em frente, toca o sino.
As ruas recobrem-se, serenas, com as cores
brancas do Seu manto Divino.
___    
Publicado originalmente em Luso-Poemas e Recanto das Letras

AUTOR DESCONHEÇIDO


1 comentário:

  1. MINHA AMIGA EVENIR,
    TODOS OS DIAS A FÉ,A ESPERANÇA E A PAZ,
    DEVIAM SER RENOVADOS
    UMA BOA PÁSCOA.
    BEIJIHOS

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