sábado, 6 de outubro de 2012

SONETO DE AMOR...



Soneto de amor 
 Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma... 

Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., — unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... — abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio, in “Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa, Eugénio de Andrade”

2 comentários:

  1. Grande soneto de amor do José Régio.
    Obrigado pela partilha.
    Betinha, querida amiga, tem uma boa semana.
    Beijo.

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  2. Bom dia Nilson.
    Muito obrigada pela tua visita.
    Continuação de boa semana tbm para ti.
    Beijo.

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