sábado, 5 de maio de 2012

O AMOR...

Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção falar concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.

Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer aos olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pode ser Amor com tal virtude.

Também eu das palavras me arreceio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.

E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza, em doce enleio?
Olha bem os meus olhos, e responde.

António Gedeão, in “Poesias Completas”

2 comentários:

  1. Escolheste um excelente soneto.
    Gosto do teu bom gosto...

    Betinha, querida amiga, tem um bom fim-de-semana.
    Beijo.

    Nilson Barcelli

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  2. Olá amigo Nilson!
    As escolhas são feitas de sentimentos,emoções,recordações,saudades... e...por ai fora!
    Muito obrigada.
    Beijinhos

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