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Vou fazer uma seresta,
Moderninha como quê,
Misturar os tratamentos,
Juntar o tú com você,
Eu não quero que me chamem,
Um boêmio demodê.
Com acordes dissonantes,
Sem marquise e sem calçada,
Sem culto de mulher amada,
Na penumbra do balcão,
Seresta ultra moderna,
Sem viola e violão.
Minha seresta,
Não terá pinga na rua,
Não terá luar nem lua,
E nem lampião de gás,
Porque a lua,
Nesses tempos agitados
Já não é dos namorados,
Romantismo não tem mais.
Minha seresta,
Nesta era espacial,
Vai se tornar imortal,
Na voz daquele ou daquela,
Minha seresta,
Vai ganhar placa de bronze,
Pois nem mesmo apolo onze,
É mais moderno que ela.
(Nelson Gonçalves)
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sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Boémio Demodê
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
VÊM...
sábado, 16 de agosto de 2014
PASSADO!!!!
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"Contei meus anos e descobri
Que terei menos tempo para viver do que já tive até agora Tenho muito mais passado do que futuro Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas As primeiras, ele chupou displicentemente Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades
Inquieto-me com os invejosos tentando destruir quem eles admiram Cobiçando seus lugares, talento e sorte Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas As pessoas não debatem conteúdo, apenas rótulos Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos Quero a essência... Minha alma tem pressa Sem muitas jabuticabas na bacia Quero viver ao lado de gente humana, muito humana Que não foge de sua mortalidade Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade." |
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
O BEIJO...
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«Não te beijo e tenho ensejo Para um beijo te roubar; O beijo mata o desejo E eu quero-te desejar.» Sabendo que deves ter Milhões deles p'ra me dar, Teria que enlouquecer Para um beijo te roubar. E como em teus lábios puros, Guardas tudo quanto almejo, Doutros desejos futuros O beijo mata o desejo. Roubando um, mil te daria; O que não posso é jurar Que não te aborreceria, E eu quero-te desejar! António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..." |
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