segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
CORPO DE ÁGUA!!!
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SONI M.POMPI |
CORPO DE ÁGUA
"O nosso corpo é a nossa guerra, a nossa paz…
E é na guerra que o meu corpo d´água
em teu corpo de terra se desfaz…
Encharco esse teu corpo sedento
que, aos poucos, absorve de mim o alento,
e é com medo que te esventro,
só com medo…
que te esventro com medo que te vás!
E neste meu corpo d´água que se tenta
pelo teu corpo de terra sedenta
jorra a nascente que te envolve
te preenche e nos devolve a paz
JOAO MORGADO
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
PELA VERDADE E....
Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!
Natália Correia
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Perdida Esperança...
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FOTOGRAFIA DA NET |
Soneto da Perdida Esperança
Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.
Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.
Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa
com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
NÃO SEI TEU NOME!!!
NÃO SEI TEU NOME
Joaquim Monteiro
Escrevo no tronco das árvores o teu nome
Abstracto, por não te saber soletrar
Mas também, para que serve o teu nome
Se te trato por Amor. Não será isso supremo?
Escrevo teu nome, para que a seiva te percorra
Numa presença constante e iluminada
Para que o tempo se desenvolva na clorofila de teus olhos
Nada mais conta, se não, esta necessidade de te amar.
De te chamar mar, inundando minha boca de sal
De te chamar barco, navegando a minha pele
Chamar-te Sol quando meus dias são mais negros que breu
Dizer-te lua, quando teu corpo é mais luminoso que as estrelas.
Que importa que não saiba dizer teu nome
Aquele por quem te identifica o mundo
E te deixa no louco anonimato dos dias.
O teu nome está em mim e eu permaneço nele
Tudo se reduz á palavra inventada em cada instante
Em cada esquina de teus lugares recônditos
Quando trocamos de lábios, sempre que me dizes
Que os nardos que plantaste no meu corpo
Têm o aroma das imprevisíveis montanhas.
Sei-te amor, pelas frondosas tílias que me cobrem
Aquelas doces tílias imutáveis
Que na fragrância de teus seios, repousam leves
Adormecendo meu espírito na beleza que lhes dás.
Amo-te mais que as nuvens a própria água
E pela cor dos teus mamilos, sei, qual
A luz que de mim te chega.
Sempre que me ausento, em mim se esconde,
A doce melodia de teus murmúrios.
Basta-me esse falar nos meus silêncios
Para cantar-te em todas as manhãs do mundo.
Joaquim Monteiro
Escrevo no tronco das árvores o teu nome
Abstracto, por não te saber soletrar
Mas também, para que serve o teu nome
Se te trato por Amor. Não será isso supremo?
Escrevo teu nome, para que a seiva te percorra
Numa presença constante e iluminada
Para que o tempo se desenvolva na clorofila de teus olhos
Nada mais conta, se não, esta necessidade de te amar.
De te chamar mar, inundando minha boca de sal
De te chamar barco, navegando a minha pele
Chamar-te Sol quando meus dias são mais negros que breu
Dizer-te lua, quando teu corpo é mais luminoso que as estrelas.
Que importa que não saiba dizer teu nome
Aquele por quem te identifica o mundo
E te deixa no louco anonimato dos dias.
O teu nome está em mim e eu permaneço nele
Tudo se reduz á palavra inventada em cada instante
Em cada esquina de teus lugares recônditos
Quando trocamos de lábios, sempre que me dizes
Que os nardos que plantaste no meu corpo
Têm o aroma das imprevisíveis montanhas.
Sei-te amor, pelas frondosas tílias que me cobrem
Aquelas doces tílias imutáveis
Que na fragrância de teus seios, repousam leves
Adormecendo meu espírito na beleza que lhes dás.
Amo-te mais que as nuvens a própria água
E pela cor dos teus mamilos, sei, qual
A luz que de mim te chega.
Sempre que me ausento, em mim se esconde,
A doce melodia de teus murmúrios.
Basta-me esse falar nos meus silêncios
Para cantar-te em todas as manhãs do mundo.
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