![]() |
S. M.Pompi |
Na luz indecisa que deixa adivinhar
a manhã, a névoa que impregna o ar
desfaz-se quando os dedos de fogo do sol
a limpam, restituindo ao dia
a sua transparência. Mas a mulher que
ocupa o centro da paisagem não
se apercebe da mudança. O seu corpo
pertence à terra, e entrega-se
ao ritmo subterrâneo das raízes, ouvindo
o canto que regula a passagem
das estações. Um desejo de sombra apodera-se
da sua alma; e conta o tempo que falta
para a noite, para se entregar ao silêncio
do mundo, no lento eclipse
dos sentimentos.
(Nuno Júdice)
................................
>Nuno Júdice nasceu em 1949 (Algarve). Licenciado em Filologia Românica, na Faculdade de letras de Lisboa. É professor da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em 1989, com uma tese sobre Literatura Medieval. Passou alguns períodos no estrangeiro: em Berna, na Suiça, na década de 80, e em Paris, onde termina em 2003 uma estadia de seis anos como Conselheiro Cultural e Director do Instituto Camões.
a manhã, a névoa que impregna o ar
desfaz-se quando os dedos de fogo do sol
a limpam, restituindo ao dia
a sua transparência. Mas a mulher que
ocupa o centro da paisagem não
se apercebe da mudança. O seu corpo
pertence à terra, e entrega-se
ao ritmo subterrâneo das raízes, ouvindo
o canto que regula a passagem
das estações. Um desejo de sombra apodera-se
da sua alma; e conta o tempo que falta
para a noite, para se entregar ao silêncio
do mundo, no lento eclipse
dos sentimentos.
(Nuno Júdice)
..........................
>Nuno Júdice nasceu em 1949 (Algarve). Licenciado em Filologia Românica, na Faculdade de letras de Lisboa. É professor da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em 1989, com uma tese sobre Literatura Medieval. Passou alguns períodos no estrangeiro: em Berna, na Suiça, na década de 80, e em Paris, onde termina em 2003 uma estadia de seis anos como Conselheiro Cultural e Director do Instituto Camões.