Hoje não sou
Hoje não sou as margens que te enlaçam como ninfa mareante, a vogar arrebatada, nua e pura, sem miragens, na corrente do teu rio cristalino, nem a água que corre sagaz na pele do teu corpo ainda moço. Hoje não sou o olhar atrevido à janela da tua procura no fundo chão da verdade, nem gesto de pássaro errante na tua rota aparente de gazela perdida, a viajar acordada na distância que te aparta de mim. Hoje não sou fome nem sede, alvoroço, desejo ou ardor. Muito menos o bombeiro incendiário do teu acirrado fulgor, ou mente de boca insana que percorre, consistente, a carne dos teus loucos segredos. Hoje sou o silêncio que escuta na concha o mar do teu grito, sou o sussurro do vento sem distâncias que te enroupa de concórdia, sou o murmúrio da chuva miudinha que te chama para a margem certa num rio de janelas luminosas.
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Maravilhosa partilha querida amiga ,adorei muito ,desejo-lhe uma semana muito feliz ,beijinhos no coração.
ResponderEliminarsempre atento o meu amigo.
ResponderEliminarum enorme abraço