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Sem ti
o tempo arrasta-se,
- lagarta pesada e viscosa
em cujos anéis me enredo.
Sem ti,
cada hora passa
com a lentidão de um dia,
e a cada uma afloras
com a persistência de um relógio.
Sem ti,
criam-se clareiras de sombra
na minha vida,
explodem buracos negros
em que me afundo e perco.
Sem ti
morrem sonhos,
escurece o olhar,
sobram os gestos.
Sem ti,
não quero.
D.L.
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