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Imagem: Criação de @António Gil |
por mais que no texto esteja ainda o enfoque
física é a corrente que com o corpo estabelece
não há silêncio que a ele não regresse
nem palavra que não acuse o toque
do coração, dos orgãos e da sanguínea
torrente que nocturna desemboca
na memória (onde a escrita ainda a toca)
a língua afiada, tensa, rectilínea
entre duas margens querendo ser ponte
entre passados presentes (e outros futuros)
corre selvagem, tropeça, destrói muros
agarra-se à linha do horizonte
para não cair, ponto em fuga permanente
lugar onde, em feixe, convergem três idades
um número quase indefinível de cidades
(e esta pele ainda mal assente.)
DE: Um amigo.
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