quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Bilhete para o Amigo Ausente
Imagem da Net, S.M.P. |
Bilhete para um Amigo Ausente
Lembrar teus caminhos de luz
A ter existido um pomar
Intangíveis laranjas de luz
Laranjas que apetece roubar
Teu lugar de ontem na cintura
é ainda o vestido que trago
seda imaterial seda pura
de criança afogada no lago
Os motores que entre nós aceleram
Os vazios comboios do sonho
das mulheres que estão á espera
são o único luto que ponho.
Natália Correia, in "o Vinho e a Lira"
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
BALADA DA NEVE....
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
- e cai no meu coração
Augusto Gil,
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Pessoas vão embora de todas as formas:
Rita Mara Lorusso Todeschi |
Pessoas vão embora de todas as formas: vão embora da nossa vida, do nosso coração, do nosso abraço, da nossa amizade, da nossa admiração, do nosso país. E, muitas a quem dedicamos um profundo amor, morrem. E continuam imortais dentro da gente. A vida segue: doendo, rasgando, enchendo de saudade... Depois nos dá aceitação, ameniza a falta trazendo apenas a lembrança que não machuca mais: uma frase engraçada, uma filosofia de vida, um jeito tão característico, aquela peculiaridade da pessoa.
Mas pessoas vão embora. As coisas acabam. Relações se esvaem, paixonites escorrem pelo ralo, adeuses começam a fazer sentido. E se a gente sente com estas idas e também vindas, é porque estamos vivos.
Cuidemos deste agora. Muitos já se foram para nos ensinar que a vida é só um bocado de momento que pode durar cem anos ou cinco minutos. E não importa quanto tempo você teve para amar alguém, mas o amor que você investiu durante aquele tempo.
Segundos podem ser eternidades... ou não. Depende da ocasião.
(Marla de Queiroz)
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
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