segunda-feira, 3 de maio de 2021

 BOA TARDE.


AVÓ


CMO EXPLICAR UM SENTIMENTO

QUE ENCHE DE FELICIDADE PAZ E ALEGRIA.

VOU SER AVÓ.

NÃO SEI DIZER MAIS NADA!!!!



quarta-feira, 13 de maio de 2020

FERNANDO PESSOA

Autopsicografia
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
A todos uma boa noite e um bjinho

terça-feira, 5 de novembro de 2019

PARTISTE A 31 DE OUTUBRO.DE 2018


NUMA CURVA
E CONTRA CURVA
VIVESTE ENTRE NÓS
A TUA VIDA DE  NAVEGANTE.
OBRIGADA  POR AQUILO QUE POR MIM FIZESTE
DESCANSA EM PAZ.

BETA.

domingo, 5 de maio de 2019

DIA DA MÃE!!!!!



POEMA À MÃE
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe !
Olha — queres ouvir-me ? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal…
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
(Eugénio de Andrade, in “Os Amantes Sem Dinheiro”)

terça-feira, 23 de abril de 2019

– Mãe, 
gosto que me vistas o pijama perto dos olhos.
Assim, podemos conversar mais baixinho.
Mesmo que fales muito baixinho,
percebo o que dizes;
mesmo que eu fale muito baixinho,
percebes o que eu digo.
– Gostas que te vista o pijama em cima da cama.
É para termos os nossos olhos mais perto?,
pergunta a mãe, colando testa e nariz
na testa e nariz do menino, que responde que sim.
– Mãe, de que lado fica o coração?,
pergunta o filho.
Do lado esquerdo, filho!,
responde a mãe.
O filho levanta uma mão, e pergunta:
– É esta é a minha mão esquerda, certo?
– Sim.
– Levanta a tua mão esquerda, mãe.
Ele, de pé, em cima da cama,
e ela, de pé, junto à cama, diante dele;
ele olha a sua mão esquerda
e a mão esquerda da mãe;
ela, apenas o observa, não reage, aguarda.
– Mãe, posso encostar o meu coração ao teu?
– Filho, o meu coração e o teu estão sempre juntos.
– (…)
– Estarão sempre juntos.
– Dás-me um abraço, mãe?
A mãe abraça o menino.
– Vês como estamos juntos, filho?
– Mas o meu lado esquerdo não se encostou ao teu.
A mãe, evitando o choro, afasta-se e vira-se de costas.
– Encosta o teu coração ao meu.
– Porque é que a saudade dói, mãe?
Porque é que chorar faz bem?
O filho abraça a mãe por trás.
– Dói muito, mãe.
– (…)
– Porque é que as pessoas morrem?
– Para olharem por nós.
– Preferia tê-lo aqui comigo,
que ele corresse comigo às cavalitas.
Sabes o que o coração do pai fazia
quando corria comigo às cavalitas?
Bum, bum, bum! Com muita força!
Depois, ele ia para junto de um muro
para que eu saísse, mas eu só saía
quando o coração dele batia mais devagar.
Ele dizia que o meu coração acalmava o dele.
Acho que era por estarem encostados.
Mãe…
– Sim?
– Podes chorar, que eu não vejo.
O meu coração só se desencosta do teu
quando chorares tudo.
Ouvi dizer que chorar faz bem;
não sei porquê;
amo-te.
Sérgio Lizardo
Sérgio Lizardo
Autor/a

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O QUE FAZER??



"O QUE FAZER?
Estás cansada ? As tuas mãos feriste
E a dor do corpo é demais sentida?
Descansa um pouco; quem não fica triste
Se um mal te atinge, não tem graça a vida...
A minh alma de me magoar insiste,
Quando ela vem, mostra-se enfurecida...
Logo depois dela atacar, desiste,
Seja qual for o mal, jamais se olvida!
Ninguém afronta uma tempestade;
Mas os que gostam de sentir saudade
De um bom amigo ou de um amor de autrora...
Deus! Deixa-me lembrar do meu passado,
Quando eu vivia sempre descansado,
Depois, porém, não sou o mesmo agora!.."
Moacyr A. Lorusso/ Fim de Tarde

BOM F DE SEMANA